Desde pequenos, ainda na nossa infância, ensinam-nos a agrupar as pessoas em “Classes ou Camadas Etárias”. Isto é, desde muito cedo que aprendemos que segundo for a idade de uma pessoa assim o nosso cérebro a enquadra num dos três grupos etários que conhecemos: Jovens, Adultos ou Idosos. Questiono-me de tempos em tempos do porquê desta divisão etária da sociedade se conciliar ainda nestes três grandes grupos etários, dos quais discordo por completo. Dado que se formos analisar em pormenor os períodos ou fases da nossa idade, constatamos que o leque de grupos é muito mais vasto e teríamos assim: Infância, Adolescência, Jovens, Adultos, Seniores e Idosos ou 3ª Idade.
A minha apreciação ou análise a este tema é a de que as categorias das idades, vulgarmente ditas “Camadas Etárias” estão obsoletas e ultrapassadas e hoje o mais correcto seria falar-se em “Estádios de Idades”, ou seja, o ser humano passa por estádios ou períodos de idade
Pode o ilustre leitor considerar de que apenas aqui faço uma alteração de nomes ou denominações, porém a complexidade do tema é tão mais abrangente que facilmente irá compreender a minha análise.
Considero que se deve ultrapassar e acabar com as actuais denominações etárias tradicionais de: Jovens, Adultos e Idosos, pelo facto de a própria sociedade em que vivemos aplicar atributos ou designações (positivas ou negativas) ás acções que o indivíduo realiza consoante se encontra numa idade jovem, adulta ou idosa. Isto significa que os três grupos (jovens, adultos e idosos) andam continuamente a competir ou a lutar entre si para serem os dominantes na sociedade, parece ousado da minha parte falar em competição, mas é ao que assistimos diariamente:
Os Jovens, preocupam-se em desfrutar a vida, aproveitar ao máximo e sentem-se injustiçados em relação aos Adultos pois não têm as mesmas oportunidades de trabalho, vêm o Estado como uma entidade indiferente aos seus desígnios e tentam ser independentes o mais rápido possível. Para os Jovens os Idosos são vistos como pessoas excluídas da sociedade, ultrapassados e sem utilidade. (os Jovens competem com os Adultos).
Os Adultos, não têm “medo” dos Jovens, pois já passaram por esse grupo etário, são os actuais dominantes, estão realizados profissionalmente, tentam permanecer como dominantes o máximo tempo possível e olham com alguma apreensão e preocupação o grupo dos Idosos, pois sabem que o passo etário seguinte é fazerem também eles parte do grupo de Idosos. (os Adultos, a sua competição é não deixar que os Jovens ocupem o seu lugar de dominantes).
Os Idosos, como já passaram por a fase de dominados (Jovens) e de dominantes (Adultos), encontram-se numa posição de indiferença face à competição, pretendendo apenas que o seu grupo seja respeitado por os outros dois, e não caía no esquecimento ou na antipatia. Sentem-se um pouco angustiados pois têm consciência que se encontram no último grupo existente na sociedade, logo não podem ascender a vir a pertencer a outro grupo, pois ele não existe.
Havendo uma nova criação ou concepção para as “Idades”, artificialmente chamada por mim como sendo “Estádios de Idades” esta competição desaparecia pois todos os Estádios (Crescimento, Progressista e de Amadurecimento) encontram-se ligados e em articulação, não havendo sobreposição de uns sobre os outros. Mais, os estádios são flutuantes (nunca é tarde para se aprender ou fazer algo que deixámos no passado por realizar), não é a idade o factor de proibição do indivíduo realizar qualquer tipo de acção, mas sim a sua lucidez e a sua vontade ou determinação perante cada situação. Em síntese, com o ser humano a ter uma longevidade cada vez maior, a preocupação por todos se sentirem integrados e activos na e com a sociedade permite que os mais novos e os mais velhos troquem experiências de vida enriquecedoras para ambos. A Idade, de cada ser humano não é mais do que um Marco que anualmente se vai erguendo e enriquecendo (em vivências, experiências, acções e realizações pessoais e colectivas), neste tão curto Tempo da nossa presença na Grande Esfera do Universo.