Quantos Rostos, quantas fardas, quantos suores e fadigas estão por trás dessas e desses valentes lutadores vermelhos que são os Bombeiros!
Hoje quero dirigir-me a todos vós que constantemente prescindem em cada verão de uns bons Fins de Semana, de uns bons dias de descanso, de todas ou quase todas as manhãs, tardes ou noites para estarem ali no meio do clarão vermelho.
Ecoa o toque de chamamento, e largando tudo vão, vão sem receio, sem medo, sem aflição, vão em "nome do próximo" porque o auxílio e o socorro chama mais alto e querem é ajudar, ajudar e ajudar! Não sabemos nada sobre eles, mas os Lutadores de Vermelho têm nome, idade e laços familiares como qualquer outro ser humano, mas também têm que ter algo mais forte que os faça sempre largar tudo para trás e num simples segundo vão, arrancam, partem em direcção a esta missão desigual e sem tréguas que é lutar contra a força das chamas tão poderosas e sombrias que lhes pode custar a própria Vida!
Mas nada os afronta, nada temem os lutadores de Vermelho! Entram apressados no quartel, vestem os seus fatos e correm nesta missão. Quantos olhares e pensamentos devem elas e eles trocar nos seus veículos encarnados ao som persistente da sirene, uns recordando os minutos à pouco passados junto das suas famílias, outros olhando pequenas fotos que guardam sempre consigo, outros olhando o céu cinzento do fumo nada pensam, apenas aguardam que seja uma boa missão, um bom auxílio e que o regresso ao Quartel seja rápido para voltarem ás suas Vidas, à vida do quotidiano como qualquer um de nós tem.
Muitas vezes, o regresso do fogo, o regresso do "teatro de operações" parece ser algo distante, ali as horas e os dias consomem-lhes o cansaço de uma tal forma que o regresso encontra-se longínquo e doloroso de conseguir.
Não sei, sinceramente, o que move um Homem a deitar fogo á sua própria casa que é a Terra, que é o nosso Planeta e que muitos anos demora a ser restabelecida a natureza e o seu perdão, mas sei o que move estes lutadores de vermelho a irem sem olhar para trás, a irem sem interrogações, a irem porque o amor ao próximo, o querer ajudar o desconhecido, o fazer o bem é muito maior nos corações destes guerreiros do que o bem que todos nós temos no nosso coração.
Nada se consegue sozinho, mas é sozinhos que muitas vezes estes lutadores se encontram com o perigo.
Permitam ainda uma palavra de coragem, dirigida a todos aqueles que não partem, que até não aparecem nas fotografias, no sites, nos blogues. A todas as pessoas que estão por detrás de cada bombeiro, de cada lutadora, falo das famílias, que nos ensinam a fazer também dos nossos lutadores vermelhos um exemplo de amor ao próximo, que nos ensinam como é sofrer pelo regresso da farda a cheirar a queimado.
Um Olhar ao céu a todas e todos aqueles que nunca voltaram, pois nunca serão esquecidos pois foi com a farda vestida e a ajudar o outro que lutaram até ao fim.
Um Abraço do Sociólogo...